A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata


A Sociedade Literária 

e a 

Torta de Casca de Batata



Ano de Lançamento: 10 de Agosto de 2018

Plataforma: Netflix

Direção: Mike Newell

Gênero: Romance/Drama 




Sobre o primeiro olhar desse filme, podemos acabar presumindo que ele é apenas feito de puro romance; mas acredite, é bem mais do que isso. 

A sociedade literária é dividido em duas linhas do tempo, a principal, que é o presente, é pouquíssimo tempo após o fim da Segunda Guerra Mundial, enquanto o passado é durante o período em que está ocorrendo a guerra.

Logo nos primeiros minutos do filme, somos apresentados a um grupo que está caminhando pela ilha de Guernsey, no canal da mancha. Eles estão voltando escondidos da casa de uma colega, após terem comido um porco assado. As refeições dos moradores da ilha durante o período de guerra, se baseou em batatas e água, isso por que, os alemães roubaram seus animais, sem se importar se morreriam ou não de fome.

No caminho de volta, acabam sendo encurralados por soldados nazistas, e alguns fatores ocorrentes no momento, os levam a fingirem fazer parte de um grupo chamado A Sociedade Literária de Guernsey e a Torta de Casca de Batata; e é aqui que a nossa história realmente começa.  

Nesta história, conhecemos a jovem escritora Juliet Ashton, e aqui acompanhamos sua jornada de reencontro consigo mesma, após perder seus pais na guerra, e junto deles, um pedaço de si.

Em um determinado dia, Juliet recebe uma carta, vinda diretamente da Ilha de Guernsey, a partir de então, a vemos se comunicar com Dawsey Adams, um membro da sociedade literária; ele encontra o endereço de Juliet dentro de um livro que pertenceu a ela, qual teve que pegar, por conta da ocupação, logo após a sociedade ser fundada. Juliet fica empolgada com a carta, e decidi não só a responder, como também enviar um exemplar do livro Ensaios de Elia, de Charles Lamb. Esse autor acaba se tornando basicamente um símbolo da amizade deles, pois ambos amam seus livros.

Juliet, fica completamente fascinada ao saber de mais detalhes sobre a sociedade literária, especialmente porque ela continua ativa, mesmo após o fim da guerra, de modo que se convida para as reuniões, a fim de querer entender mais sobre o grupo, e as pessoas que fazem parte dele.

Ela então cancela absolutamente qualquer compromisso que pudesse existir em sua agenda, e embarca no porto de Londres para Guernsey, entretanto, antes de viajar, é pega de surpresa ao ser pedida em casamento por Mark, um homem com quem ela estava saindo havia algum tempo. Para mim, pelo menos, ficou claro que ela gostava dele, contudo, não estava apaixonada, não o amava; é notável como a relação deles, estava mais ligada a diversão, do que ao amor propriamente dito.

Em uma determinada cena, esses pequenos detalhes ficam ainda mais claros. Juliet ama conversar, ter diálogos profundos, ou simplesmente falar sobre algo que não gire em torno de simples diversões, bebidas e dança, e ao longo de seu relacionamento com Mark, não existe uma só cena em que ela consiga ter isso. De qualquer modo, ela aceita o pedido, e em seguida continua sua viagem rumo a Guernsey.  

Assim que chega na ilha, ela vai até o correio, e encontra com o criador da torta de casca de batata, Eben, um senhor muito gentil que a indica uma hospedagem nem tão gentil, porém, era a única disponível, a casa de Charlotte Stimple, uma mulher claramente preconceituosa, enxerida, nada empática, e muito religiosa.

Assim que participa de sua primeira reunião com a sociedade literária, Juliet, descobre que a fundadora, Elizabeth, não está na ilha, contudo, ninguém do grupo a explica o porquê. Juliet, determina que precisa descobrir o que aconteceu de verdade para os deixar tão assombrados, a ponto de nem mesmo quererem comentar nada a respeito da mulher. A escritora, porém, não quer saber mais sobre a história apenas por pura curiosidade, ela quer os ajudar de alguma forma.

 

’Uma coisa tão simples.

Só um livro.

E me fez vir de tão longe.’’

 

Juliet começa a então juntar as peças do que aconteceu com Elizabeth e a sociedade, ao mesmo tempo, em que se torna amiga deles cada vez mais; percebo, na verdade, que com o passar dos dias, os membros da sociedade literária, acabam se tornando também, sua família.

Ao longo da narrativa, podemos ver Juliet se envolvendo cada vez mais pelo lugar e as pessoas que ali habitam. É muito interessante ver como pouco a pouco, aquela ilha vai se tornando seu lar.

 

'’O mundo parecia um deserto que eu tinha que atravessar em busca de rostos familiares, escreveu Charles Lambs.’’ 


Esse é de fato um filme sobre amor, mas não apenas o romântico, é também e principalmente, sobre amar a si próprio e a sua história, é sobre ser forte, acreditar em você, e acima de tudo, é uma história sobre gentileza, e como a falta dela pode causar acontecimentos terríveis, como uma guerra.

Esse filme também é especialmente sobre livros, e a forma como eles podem ser um refúgio, cada um, a sua maneira.

Me lembro de me refugiar neles, especialmente na adolescência, definitivamente onde vivi uma das piores fases da minha vida. Era difícil qualquer um me ver, sem estar carregando um livro na mão, pois desde sempre e até hoje, eles me levam para lugares incríveis, além da minha realidade e de tudo que já posso ter vivido.

Como além de leitora, também sou escritora, não poderia deixar de contar como me identifiquei profundamente com Juliet, toda euforia quando encontramos algo novo e incrível sobre o que escrever, a forma como as ideias fluem de nossa mente para o papel, é simplesmente mágico! Isso porque a escrita também é um refúgio, esse tão acolhedor quanto a leitura, entretanto, bem mais desafiador.

Livros definitivamente carregam algo mágico dentro deles, capazes de nos ajudar, curar e até mesmo, viver extraordinárias aventuras.

 

‘’Sem saber, sinto que estava buscando rostos familiares, há muitos anos, e não sei bem por quê reconheci os seus.’’

 

Acredito que esse filme seja incrivelmente mágico, justamente por ser baseado em um livro, esse que infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler, mas eu prometo, quando isso acontecer virei aqui falar sobre ele.

 

‘’Acham que é possível já pertencermos a alguém antes de conhece-los? Se for, eu pertenço a vocês, ou vocês a mim; essa é a melhor definição de família que conheço.’’

 

Deixo aqui algumas, (poucas) curiosidades para vocês:

  •        Na vida real, a Ilha de Guernsey, realmente foi ocupada pelos alemães. Em teoria, foi uma ocupação ‘’pacifica’’, contudo, no final, estamos falando de pessoas que tiveram sua casa invadida por forasteiros, que pregavam coisas terríveis e castigavam a todos aqueles que fugissem do que tinham como verdade, sendo assim, não vejo como isso poderia ser pacífico.

 

  •     O nome do livro no qual o filme se baseia é A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas de Guernsey.

 

 

Esse filme tocou o fundo da minha alma e do meu coração, os aquecendo de uma forma incrível! Espero que de alguma maneira, ele consiga os fazer sentir ao menos um por cento de toda a magia que carrega, porque acreditem, essa história não poderia ser mais mágica. 




Se desejarem, confiram o trailer abaixo. 





Comentários

  1. Realmente esse filme e maravilhoso,recomendo para quem não assistiu,a pri que nós indicou pra me você ja e uma escritora parabéns, você vai longe ❤

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