A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

A Sociedade Literária

e a
Torta de Casca de Batata
A
sociedade literária é dividido em duas linhas do tempo, a principal, que é o presente, é pouquíssimo tempo após o fim da Segunda Guerra Mundial,
enquanto o passado é durante o período em que está ocorrendo a guerra.
Logo
nos primeiros minutos do filme, somos apresentados a um grupo que está
caminhando pela ilha de Guernsey, no canal da mancha. Eles estão voltando
escondidos da casa de uma colega, após terem comido um porco assado. As
refeições dos moradores da ilha durante o período de guerra, se baseou em
batatas e água, isso por que, os alemães roubaram seus animais, sem
se importar se morreriam ou não de fome.
No
caminho de volta, acabam sendo encurralados por soldados nazistas, e alguns
fatores ocorrentes no momento, os levam a fingirem fazer parte de um grupo
chamado A Sociedade Literária de Guernsey e a Torta de Casca de Batata;
e é aqui que a nossa história realmente começa.
Nesta
história, conhecemos a jovem escritora Juliet Ashton, e aqui acompanhamos
sua jornada de reencontro consigo mesma, após perder seus pais na guerra, e
junto deles, um pedaço de si.
Em
um determinado dia, Juliet recebe uma carta, vinda diretamente da Ilha de
Guernsey, a partir de então, a vemos se comunicar com Dawsey Adams, um membro
da sociedade literária; ele encontra o endereço de Juliet dentro de um
livro que pertenceu a ela, qual teve que pegar, por conta da ocupação, logo
após a sociedade ser fundada. Juliet fica empolgada com a carta, e decidi não só a
responder, como também enviar um exemplar do livro Ensaios de Elia, de
Charles Lamb. Esse autor acaba se tornando basicamente um símbolo da
amizade deles, pois ambos amam seus livros.
Juliet,
fica completamente fascinada ao saber de mais detalhes sobre a sociedade
literária, especialmente porque ela continua ativa, mesmo após o fim da
guerra, de modo que se convida para as reuniões, a fim de querer entender mais
sobre o grupo, e as pessoas que fazem parte dele.
Ela
então cancela absolutamente qualquer compromisso que pudesse existir em sua
agenda, e embarca no porto de Londres para Guernsey, entretanto, antes de
viajar, é pega de surpresa ao ser pedida em casamento por Mark, um homem com
quem ela estava saindo havia algum tempo. Para mim, pelo menos, ficou claro que
ela gostava dele, contudo, não estava apaixonada, não o amava; é notável como a
relação deles, estava mais ligada a diversão, do que ao amor propriamente dito.
Em
uma determinada cena, esses pequenos detalhes ficam ainda mais claros. Juliet
ama conversar, ter diálogos profundos, ou simplesmente falar sobre algo que não
gire em torno de simples diversões, bebidas e dança, e ao longo de seu
relacionamento com Mark, não existe uma só cena em que ela consiga ter isso. De
qualquer modo, ela aceita o pedido, e em seguida continua sua viagem rumo a
Guernsey.
Assim
que chega na ilha, ela vai até o correio, e encontra com o criador da torta de
casca de batata, Eben, um senhor muito gentil que a indica uma hospedagem nem
tão gentil, porém, era a única disponível, a casa de Charlotte Stimple, uma
mulher claramente preconceituosa, enxerida, nada empática, e muito religiosa.
Assim
que participa de sua primeira reunião com a sociedade literária, Juliet,
descobre que a fundadora, Elizabeth, não está na ilha, contudo, ninguém do
grupo a explica o porquê. Juliet, determina que precisa descobrir o que
aconteceu de verdade para os deixar tão assombrados, a ponto de nem mesmo
quererem comentar nada a respeito da mulher. A escritora, porém, não quer saber
mais sobre a história apenas por pura curiosidade, ela quer os ajudar de alguma
forma.
‘’Uma coisa tão simples.
Só um livro.
E me fez vir de tão longe.’’
Juliet
começa a então juntar as peças do que aconteceu com Elizabeth e a sociedade,
ao mesmo tempo, em que se torna amiga deles cada vez mais; percebo, na verdade, que
com o passar dos dias, os membros da sociedade literária, acabam se
tornando também, sua família.
Ao
longo da narrativa, podemos ver Juliet se envolvendo cada vez mais pelo lugar e
as pessoas que ali habitam. É muito interessante ver como pouco a pouco, aquela
ilha vai se tornando seu lar.
'’O mundo parecia um deserto que eu tinha que atravessar em busca de rostos familiares, escreveu Charles Lambs.’’
Esse é de fato um filme sobre amor, mas não apenas o romântico, é também e principalmente, sobre amar a si próprio e a sua história, é sobre ser forte, acreditar em você, e acima de tudo, é uma história sobre gentileza, e como a falta dela pode causar acontecimentos terríveis, como uma guerra.
Esse
filme também é especialmente sobre livros, e a forma como eles podem ser um
refúgio, cada um, a sua maneira.
Me
lembro de me refugiar neles, especialmente na adolescência, definitivamente
onde vivi uma das piores fases da minha vida. Era difícil qualquer um me ver,
sem estar carregando um livro na mão, pois desde sempre e até hoje, eles me
levam para lugares incríveis, além da minha realidade e de tudo que já posso
ter vivido.
Como
além de leitora, também sou escritora, não poderia deixar de contar como me
identifiquei profundamente com Juliet, toda euforia quando encontramos algo
novo e incrível sobre o que escrever, a forma como as ideias fluem de nossa
mente para o papel, é simplesmente mágico! Isso porque a escrita também é um
refúgio, esse tão acolhedor quanto a leitura, entretanto, bem mais desafiador.
Livros
definitivamente carregam algo mágico dentro deles, capazes de nos ajudar, curar
e até mesmo, viver extraordinárias aventuras.
‘’Sem
saber, sinto que estava buscando rostos familiares, há muitos anos, e não sei
bem por quê reconheci os seus.’’
Acredito
que esse filme seja incrivelmente mágico, justamente por ser baseado em um
livro, esse que infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler, mas eu
prometo, quando isso acontecer virei aqui falar sobre ele.
‘’Acham
que é possível já pertencermos a alguém antes de conhece-los? Se for, eu
pertenço a vocês, ou vocês a mim; essa é a melhor definição de família que
conheço.’’
Deixo
aqui algumas, (poucas) curiosidades para vocês:
- Na vida
real, a Ilha de Guernsey, realmente foi ocupada pelos alemães. Em teoria, foi
uma ocupação ‘’pacifica’’, contudo, no final, estamos falando de pessoas que
tiveram sua casa invadida por forasteiros, que pregavam coisas terríveis e
castigavam a todos aqueles que fugissem do que tinham como verdade, sendo
assim, não vejo como isso poderia ser pacífico.
- O nome do livro no qual o filme se baseia é A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas de Guernsey.
Esse
filme tocou o fundo da minha alma e do meu coração, os aquecendo de uma forma
incrível! Espero que de alguma maneira, ele consiga os fazer sentir ao menos um
por cento de toda a magia que carrega, porque acreditem, essa história não
poderia ser mais mágica.
Realmente esse filme e maravilhoso,recomendo para quem não assistiu,a pri que nós indicou pra me você ja e uma escritora parabéns, você vai longe ❤
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